domingo, 14 de outubro de 2012

Super Joe e o Clube da Luta

Continuando os reviews do catálogo clássico da CCE, a página 5 apresenta mais dois jogos de guerra e um dos poucos jogos de luta para o NES. O três jogos novamente apresentam em comum a característica de serem ports, mas não necessariamente de arcade. Destes três jogos, Contra não será comentado agora: por ser um clássico supremo - e por possuir uma série de versões, merece um post só seu.

Commando

Tela inicial
Commando é o segundo jogo lançado no estilo Gun and Run (o primeiro é o tosco Front Line), sendo seus princípios básicos copiados para diversos jogos, com a série Ikari (da SNK), Guevara, Gun Smoke, o ótimo Heavy Barrel e até mesmo Jackal. Neste jogo, lançado para arcades em 1985, o personagem chamado Super Joe é deixado por um helicóptero em terreno inimigo, que deve ser desbravado usando apenas sua metralhadora e algumas granadas.

Por ser do início da vida do NES, é compreensível que os gráficos não apresentem nada de espetacular. Nem o som. Ou a jogabilidade. É somente um jogo comum: se principal mérito era ser o primeiro. Mas após jogar Guevara, não existe possibilidade em se querer voltar para este jogo. De qualquer forma, vamos aos preceitos de jogo:

Morrendo na emboscada
De todos os Run and Guns disponíveis, creio que este é o mais difícil. Primeiramente devido à quantidade limitada de granadas. Tudo bem, elas podem ser encontradas ao longo do jogo, mas mesmo assim são limitadas. Ao menos a munição da metralhadora não é limitada (mas em Ikari Warriors é limitada...). Em segundo lugar, os inimigos dão respawn instantaneamente. Não existe possibilidade de um segundo para respirar! Se quiser use o pause. Já que morrer é uma contante no jogo, não espere continuar do ponto onde parou: o jogo cogita de onde pretende recomeçar. E quando se vê a tela de game over e retornamos a tela inicial, somos agraciados com continues infinitos. Mas tome cuidado para não clicar em 1 Player, pois isso reinicia o jogo.

Pseudo-cutscene entre as fases
Assim como em Guevara ou Ikari Warriors, o botão B atira e o botão A lança granadas, que são importantes contra trincheiras. Às vezes uma granada pode descobrir um bunker, que deve ser explorado. Neles pode-se salvar soldados aliados (garantindo 1000 pontos) ou ser cercado e morrer. A escolha de explorar ou não é sua. Ao terminar uma fases - se não desistir antes, vemos Super Joe descansando, preparando café ou fumando cachimbo (não consigo identificar o que ele está fazendo).

O jogo não tem uma variedade de fases, de cenários ou de inimigos. Nem ao menos uma variedade de munições. Temos a metralhadora e as granadas. Só isso.

Caso alguém se aventure a terminar o jogo, recebe como prêmio uma second (ou third) quest com um nível de dificuldade ainda mais elevado.

A última batalha
Embora seja um jogo comum, é o jogo que inspirou todos os clássicos deste estilo e merece respeito por isso - e só por isso. Este jogo recebeu uma sequência direta chamada Mercs, também para arcade e Mega Drive/Genesis, que não saiu para nenhum console da Nintendo. (Curiosamente, Mercs é um jogo muito bom!)

Também existe uma sequência extra-oficial para o ocidente, chamada Bionic Commando, em que supostamente Super Joe enfrenta uma seita neo-nazista chamada Albatros liderada por um "Generalissimo". (Obviamente o jogo original japonês versava sobre uma seita que gostaria de ressuscitar Hitler e a Nintendo of America fez as devidas adaptações...)

Explodindo a base inimiga

Primeira tela do ending
Segunda tela de ending

Urban Champion

Todos no Brasil conhecem este game. E não creio que exista alguém com um dos lendários exemplares de Black Box. Urban Champion é talvez o jogo com mais versões alternativas em terras brasileiras. E não consigo entender o motivo: este jogo é tosco! (OK, existe um certo culto a este game que já foi lançado no Virtual Console do Wii e do NDS e exite uma versão de Game Boy Advance..., mas ainda não entendo o motivo).

De forma direta: o game consiste em esmurrar (com socos) uma pessoa na rua. Esmurrar até que a personagem rival caia fora do cenário, então se avança para a cena ao lado e se faz a mesma coisa. Cair duas vezes para fora do cenário faz com que o terceiro cenário possua um buraco em que se deve derrubar o rival, ao invés de simplesmente fazê-lo cair do cenário. Isso é considerado como uma vitória, então se avança para o próximo desafio que é... O MESMO ADVERSÁRIO!

O verdadeiro Street Fight
Tosquices à parte, o jogo possui algumas méritos. O primeiro deles é o gráfico: para 1984, não era possível acreditar que o Famicom/NES pudesse suportar estes gráficos, que embora simples, dão certo... charme ao jogo. O segundo mérito é a conversão total da engine de Boxing (do Game & Watch, tataravô do 3DS) para o NES. O jogo manteve a mesma jogabilidade, mas com gráficos e sons melhores, além de uma inovadora ideia de briga na rua, ao invés de nos ringues.

Podemos ainda destacar que é engraçado ver as personagens fingindo que não estão lutando quando passa um carro da polícia ou ser arrastado pela polícia (a passagem do carro é aleatória, ser levado preso ocorre quando acaba o tempo e se está mais perto da borda da tela do que o oponente). Ou ainda receber uma pancada de um vaso de flores que foi atirado pela janela.

Ao vencer uma luta
Os comandos são simples: Botão B é o golpe lento e forte e o botão A é o golpe rápido e fraco. O direcional para cima ergue a guarda (defende golpes altos e ataca com socos altos); para baixo faz com que os ataques e defesas sejam baixas.

Infelizmente é um jogo sem final. Se repete infinitamente como boa parte dos Black Box Games e... ok, eu gosto deste jogo...



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