Nesta página do catálogo da CCE, dois jogos desconhecidos, baseados em uma animação japonesa, e mais um port de arcade.
Aqui as histórias começam a ficar um pouco confusas no reino do Top Game. Hokuto no Ken nunca foi lançado no Ocidente, ao menos não oficialmente. Este também não é um jogo japonês que tem seu título em inglês, como Highway Star, seu titulo oficial é Hokuto no Ken, como a animação japonesa no qual se baseia. Então, de onde vem o título em inglês? A resposta, por mais estranha que seja, é: o título vem da União Soviética!
Assim como o Brasil, nos tempos de reserva de mercado, a União Soviética não era um país (ou conjunto de países) conhecido por importar tecnologia (mesmo que de games) de outros países e, assim como o Brasil, a URSS também teve diversos famiclones, o mais famoso deles, o
Dendy, era uma cópia escarrada em tom cinza do Famicom Japonês. (Sim, o nosso
Supercharger era exatamente igual ao Dendy...) Entre os jogos lançados na URSS estava Northern Ken. Como a CCE trouxe um jogo da União Soviética para o Brasil é o verdadeiro mistério!
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O jogo todo parece baseado nessa imagem do Anime |
O Anime Hokuto no Ken ficou famoso nos anos 1980 por sua violência, sendo o precursor deste gênero. O enredo não é muito complexo: "em 199X, uma guerra nuclear destruiu o mundo. Os mares secaram, a terra secou. Plantas, animais... Quase todas as formas de vida foram extintas. Porém, a humanidade sobreviveu. Num mundo desses, a violência impera, e o poder está nas mãos daqueles que são fortes. Hokuto no Ken conta a saga de Kenshiro, herdeiro de uma arte marcial de dois mil anos chamada Hokuto Shinken (O Punho Divino da Estrela do Norte)." Só isso. Vamos aos jogos:
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Tela inicial |
O primeiro jogo, Northern Ken, é um simples side-scrolling em que o jogador deve ir avançando e matando seus inimigos até encontrar o boss da fase. Algumas curiosidades aparece já de início: a primeira delas, o jogo avança para a esquerda e não para a direita, como é costume neste tipo de jogo (ok, The Legend of Kage já fazia isso). A segunda destas curiosidade é o "port" da violência da série para o Famicom. Enquanto o Botão B realiza o chute, o Botão A realiza o chute. A forma como a Toei tentou incluir o clima violento ao jogo foi, além de fazer com que os inimigos morram com um único ataque, incluir uma "demonstração" da força do estilo Hokuto Shinken: chutes arremessam o inimigo para fora da tela e socos EXPLODEM o inimigo em vários pedaços arremessados para longe, mas não instantaneamente, o inimigo agoniza por 3 segundos antes. Para quem conhece a série, lembra das técnicas de Kenshiro que acertam os pontos vitais, caso não conheça, imagine uma versão anos 1980 do Golpe dos Cinco Passos de Kill Bill.
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Gameplay |
Há ainda um estranho sistema de Power-ups no jogo, baseado em estrelas. Cada estrela conseguida aumenta o poder de Kenshiro, como era de se esperar. A diferença está em como se consegue estas estrelas. Existem inimigos que são cor-de-rosa, além dos inimigos padrão azul/cinza da figura ao lado. Quando são explodidos com o golpe de soco, liberam um caractere japonês que que deve ser capturado em pleno ar, aumentando uma estrela de poder ao personagem. Caso o inimigo cor-de-rosa seja chutado, perde-se o power-up. A baixo, a lista dos power-ups presentes no game
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Explodindo inimigo |
1 Estrela - Permite pular mais alto e dar chutes pulando.
2 Estrelas - Permite defletir projéteis.
3 Estrelas - Aumenta a velocidade dos chutes.
4 Estrelas - Aumenta a velocidade dos socos.
5 Estrelas - Aumenta a velocidade de caminhada de Kenshiro.
6 Estrelas - Permite socos pulando.
7 Estrelas - Kenshiro rasga a camiseta (no anime, quando libera seu verdadeiro poder). Também permite determinar os caminhos corretos a se seguir e as portas que se deve entrar. Morrer significa perder todos os power-ups e reiniciar a caça aos inimigos cor-de-rosa.
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Chutando e inimigo cor-de-rosa |
É necessário entrar em portas para se chegar aos locais que se deve ir, infelizmente não se pode ir em linha reta. E a não-existência de um mapa faz com que o upgrade de 7 Estrelas seja algo vital. Aliás, entrar em portas é algo que pode pegar de surpresa, pois é necessário segurar os botões A e B e pressionar para cima.
Hokuto no Ken não é, de fato, um jogo ruim. É apenas um jogo muito difícil e tedioso. Um exemplo da dificuldade são os inimigos que simplesmente surgem com uma voadora, tiram seu life e desaparecem, ou os projéteis vindos de sabe lá Miyamoto onde. Os chefes são algo impossível de ser derrotado. Mas como um todo, não é um jogo ruim. Mas está longe de ser um clássico.
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Primeiro chefe que nunca venci |
Este é apenas o primeiro de uma série gigantesca organizada pela Toei. Apenas no Famicom são seis games, mas apenas os dois primeiros apareceram por aqui. Ainda há uma versão anterior a este game lançada para o Sega Mark III (O Master System 1 japonês) que sofreu um hack (hack oficial, pela SEGA) no ocidente e passou a ser chamado de Black Belt. As séries continuam no Famicom, Super Famicom, Sega Mark III, Mega Drive e, recentemente, nos Playstations 2 e 3, um indicativo sobre o sucesso atemporal da série. Infelizmente o mesmo não se pode dizer sobre os jogos baseados na série...
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Lado interno dos prédios (???) |
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Suposto chefe final |
Hokuto no Ken 2 / Fist of the North Star
Terminando seus mais de 100 episódios, Hokuto no Ken (a série) possui uma segunda série intitulada, com muita criatividade, Hokuto no Ken 2. Esta série baseou todos os jogos subsequentes da franquia da Toei para o Famicom e nos consoles que surgiriam. Aqui, vamos falar sobre o único jogo a ser lançado oficialmente no Ocidente pela Taxan e licenciado pela Nintendo of America. Pelo ocidente, o segundo jogo ficou conhecido como Fist of the Northern Star. Para este review, utilizo a versão americana do jogo.
Ah, a propósito: este é um dos poucos cartuchos da CCE que não possuo. Não tenho certeza se o jogo chamado Northern Ken II é de fato Hokuto no Ken 2, o jogo usado para este review. Se alguém possui o game e quiser negociá-lo, doá-lo, informar em qual game japonês ele é baseado ou fazer o review sobre este game, é bem vindo!
(Atualização: O leitor Alex Winchester confirmou que Northern Ken II e Hokuto no Ken 2 são o mesmo jogo. Grato, Alex!)
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Tela inicial |
Se o visual de Kenshiro mudou para a série de TV, obviamente a Toei faria esta mudança nos jogos. Do game original ficaram a jogabilidade, a mecânica de estrelas de poder e os sons de soco e de chute. O resto é novo: gráficos e música. Uma grande evolução foi as personagens possuírem rosto, o que não acontecia no game original. No mais, o game segue o mesmo estilo do anterior: side-scrolling (mas desta vez para a direita), em que o objetivo é tentar localizar o chefe e derrotá-lo, sendo que, pelo caminho, deve procurar inimigos que dão upgrades em forma de estrelas. Assim como o anterior, o chute arremessa inimigos para longe enquanto o soco os explode. E ainda apenas inimigos explodidos podem dar upgrades, desta vez em forma de estrela. Mas novos defeitos surgem:
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Gameplay |
Primeiro novo defeito: Não há uma indicação sobre quais inimigos dão ou não upgrades. Você pode procurá-los por uma vida toda e jamais achá-los.
Segundo novo defeito: O comando de entrada nas portas modificou, sendo agora A+B+Frente (????). Da primeira vez que joguei, desisti ao não conseguir entrar nas portas.
Terceiro novo defeito: Tempo! Se o jogo consiste em "explorar labirintos", como posso conseguir isso em 99 segundos???
Quarto novo defeito: Estratégia contra os chefes. O game é baseado em um anime, tudo bem, mas não é inteligente que o chefe só possa ser derrotado como ocorreu no anime. Este anime até hoje é desconhecido no ocidente...
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Bask - Soco no rosto |
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Geila - Soco no estômago |
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Taiga - Chute no estômago |
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Solia - Soco no rosto |
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Boltz - Rasteira |
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Bronza - Chute no rosto |
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Falco - Soco no estômago |
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Shura - Chute no estômago |
Elevator Action
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Tela inicial |
Clássico dos clássicos. Na época do boom dos famiclones, todas as empresas haviam lançado Elevator Action, seja em cartucho individual, seja em cartucho com múltiplos jogos. Retomando a tradição dos primeiros jogos do NES/Famicom, este é um port de arcade produzido pela Taito a partir de um jogo homônimo. Nele, o jogador encarna o Agente 17, codinome Otto, que deve invadir um prédio pelo terraço e, a partir de um sistema de escadas e de elevadores, deve encontrar os documentos secretos e sair do prédio pelo térreo, onde seu carro o aguarda. A jogabilidade auxilia o desenvolvimento do jogo, com o botão A usado para o salto enquanto o botão B atira: simples e eficaz. E é esta simplicidade que faz dele um jogo divertido.
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Iniciando a missão |
Atirar nos espiões. Fugir de elevador. Usar o elevador para esmagar os inimigos. Se esconder dentro de apartamentos. Atirar nas lâmpadas para acabar com a luz. Usar os lustres para matar os inimigos: as possibilidades são muitas neste clássico. Essa simplicidade fez com que o jogo fosse portado a todos os computadores domésticos da época (1985), como MSX e Commodore 64 e alguns outros consoles, mas o melhor port é a versão Game Boy, que saiu 6 anos após a versão NES, em 1991, que consiste no mesmo game, com uma barra de life (quatro coraçõezinhos) e a adição de uma porta nos prédios em que a arma é escolhida aleatoriamente (ao invés de usar somente a pistola, nestas portas o jogador pode ter acesso a Shotguns, Uzis e granadas). Infelizmente é um game que não possui final, apenas as fases se repetindo cada vez mais difíceis.
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Atirando no inimigo |
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Escadas e porta com documentos |
Curiosidades
* O sistema de diferentes armas e de barra de life da versão Game Boy inspirou a Taito a lançar Elevator Action II/Elevator Action Returns para arcade em 1994, em que havia três opções de espiões a invadirem o prédio. Cada um destes possui armamentos diferentes a serem utilizados nas portas de armas. Este game foi portado para Sega Saturn em 1997.
* Em 2000, a Taito lançou para Game Boy Color a versão Elevator Action EX, que consistia no game original do Game Boy, sendo adicionado, além das cores, a escolha de três protagonistas e, pela primeira vez, cutscenes e luta com chefes.
* Elevator Action Old & New, lançado para Game Boy Advance em 2002 é uma junção de Elevator Action do Arcade e Elevator Action EX do GBC, possuindo então dois jogos internos. O primeiro, "Old", é um port do jogo de Arcade. O modo "New" é similar ao Elevator Action EX, exceto pelos gráficos melhorados e devido ao limite de munição e granadas, além do limite de tempo por fase.
* Em 30 de Agosto de 2011, foi lançado Elevator Action Deluxe na PSN (incluindo modo multiplayer, vs e e a versão original de arcade), como uma prova da atualidade e genialidade do game.
Sim, Nothern Ken 2 é o Hokuto no Ken 2. Eu joguei essa versão japonesa em 1994 e deu muito trabalho.Só hoje com o mundo da emulação e saves, consegui avançar.
ResponderExcluirNos tempos atuais, o anime é sim conhecido no ocidente, graças àos downloads de animes legendados por grupos de fansubs. Eu mesmo já assisti,só pela curiosidade. Esse anime é o pai dos Cavaleiros do Zodíaco (Saint Seiya),sendo o precursor dos animes e mangás de luta.
A versão para o Mega Drive chegou ao ocidente (e ao Brasil) com o nome "Last Battle" e com todos os nomes dos personagens trocados (ainda que a história permaneça a mesma). Será que isso deixava o licenciamento mais barato?
ResponderExcluirPor sinal, o "novo" nome de Kenshiro aqui é "Aarzak", parecido com o do "Arzach", protagonista de muitas das histórias escritas pelo francês Moebius/Jean Giraud. Será que alguém na Sega of America era fã dele?
Droga, eu e minha pressa esquecemos de revisar o texto! Eu quis dizer que "A versão do 'Hokuto no Ken' para o Mega drive chegou ao ocidente..."
ExcluirDesculpem aê!
Oi. Bem-vindo ao meu blog semi-abandonado. Hokuto no ken tem versões diferentes pra cada console. Acho que a mais famosa por aqui era do Master System que era Black Belt, vinha nas versões do console com vários jogos. A versão do Mega Drive só fui conhecer depois de adulto. Tem para o SNES, tem pro PS1, PS2, WiiU... tem pra tudo que é console. E algumas são jogo de luta, RPG, Musou, beat-n up. Tem de tudo. Abraço
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