terça-feira, 2 de outubro de 2012

A Segunda Guerra Mundial e os 2 (ou 3) Shooters da Capcom

Ainda nos seus primórdios, o principal objetivo do Famicom era receber ports de arcades que faziam sucesso, como é o caso dos shooters 1942 e 1943, ambos baseados na Segunda Guerra Mundial e produzidos pela Capcom. E como não podia deixar de ser, a Nintendo não chegou a lançar estes títulos no Brasil, ficando a cargo então de empresas que produziram versões... "alternativas" destes, como é o caso da CCE, em que os dois games foram transformados em três.

1942 é um port direto do game de arcade homônimo, lançado em 1985 para o console doméstico. Nele, ao decolar de um porta-aviões, tem-se o objetivo de atirar e sobreviver até terminar a fase, quando se pousa novamente em outro porta aviões, curiosamente com a mesma numeração 88, ou como o jogo insistia, chegar a Tokyo e destruir a frota aérea japonesa. Para tanto, ao longo de suas 32 fases, o jogador-piloto do Super Ace (o nome que o jogo dá ao avião Lockhead P-38 Lightning) poderia coletar power-ups que permitiam a escolta do avião (que é uma forma mais bonita de dizer que receberia o apoio de dois aviõezinhos), melhoria da munição ou ainda loopings adicionais. Sim, loopings.

Enquanto Tiger-Heli permitia o uso de bombas, 1942 tem uma manobra evasiva, podendo ser utilizada três vezes por fase, que o impede de atirar mas o mantém invulnerável por alguns segundos: o looping.
Gameplay

Tecnicamente não há muito o que falar sobre este jogo. É bastante repetitivo e, diria, até mesmo enjoativo. Por alguma razão que desconheço (é assim no arcade também), o jogo não possui música. Possui apenas um som similar a uma tambor e apitos que fica repetindo aleatoriamente. Existe uma breve música de introdução que toca cada vez que o jogador inicia uma nova "vida", o que supostamente pode ser para tentar acordar o jogador. 

Em 1996, meu pai e eu terminamos este jogo, com dois players alternados - o jogo não permite simultâneos. Após algumas fases, enfrentamos um avião gigante. As fases começaram a ser sobre terrenos e não sobre a água. Até que, por fim, a contagem regressiva do jogo (que curiosamente começa anunciando que faltam 32 fases) chegou a 1 e o jogo nos brindou com uma tela preta de "Congratulations". Depois de uma tarde inteira de sábado...

1944 é um hack do jogo 1943. Falo deste primeiro que o segundo por um simples motivo: foi lançado primeiro no Brasil - e porque o joguei primeiro. Em 1996 eu não fazia a ideia do que era um hack. E não importava: este jogo era muito divertido. Somente na era dos emuladores eu fui conhecer o jogo original.

Basicamente, este jogo pegou tudo o que tinha de interessante e aperfeiçoava, além de corrigir os erros do jogo anterior! A única desvantagem é a ausência do modo de dois jogadores.

Customização
O jogo apresentava a mudança logo na primeira tela: o avião era customizável! Podia-se escolher os pontos fortes do avião (defesa, ataque, resistência...). Assim como no jogo anterior, este começava em um porta-aviões (que na época estranhei pelo formato e a cor), mas ao sair dele, iniciava uma música: uma diferente por fase. Quando o a energia está baixa, a música se altera, fazendo com que o jogador fique suando frio.

Logo no início, outra surpresa. O P-38 não é abatido com um simples toque, mas tem sua energia diminuída, operando com um medidor de energia - ou de combustível, já que diminui com o passar do tempo. O tiro funcionava em modo turbo, sem a necessidade de ficar "fuzilando" o botão B, podendo mantê-lo apenas pressionado. Já o botão A... esta foi a outra surpresa. Não tendo executado aquele looping estranho, o P-38 usou um tiro laser - ou ao menos na época eu pensei que fosse. Quando pressionei os dois botões ao mesmo tempo, com uma pequena diminuição da barra de energia, o avião deu o seu looping e terminou com um relâmpago, destruindo todos os inimigos da tela! Era um jogo incrível.
O jogo do qual este hack se originou é infinitamente mais difícil e ainda não consegui completá-lo. 1943 não tem tiro automático: manter pressionado o botão B faz o tiro "laser" da versão 1944 (é, digamos, um tiro carregado). O botão A faz o relâmpago enquanto a combinação A+B faz o looping com relâmpago. Além disso, a energy diminui mais rápido e o avião leva mais dano do que na versão hackeada. Então entendi o motivo deste jogo ter saído tardiamente no Brasil: era muito difícil e nos primórdios dos famiclones no Brasil, precisávamos de jogos mais fáceis. Depois de os nossos players se tornarem hardcore, já podia ser trazido o jogo original.

Gameplay

1943 é conhecido nos EUA como 1943: The Battle of Midway e no Japão como 1943: The Battle of Valhalla. Não entendo o motivo da nomenclatura japonesa. Os três jogos são bem similares, já que consistem em shooters verticais. A grande diferença em 1943 e 1944 em relação ao seu antecessor está na missão: estes jogos não têm como objetivo simplesmente terminar a fase. O objetivo é cumprir uma missão, o que geralmente envolve abater um alvo específico. Se for um navio ou submarino, por exemplo, o P-38 dá um rasante para ficar mais próximo à superfície. Ambos são jogos dificílimos! Graças aos deuses estes jogos possuem continues ilimitados e passwords!

Voo rasante e o primeiro chefe





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