terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Retrocompatibilidade Parte 3

Adaptador Super Game Boy
O primeiro lançamento retrocompatível da Nintendo apareceu apenas em junho de 1994, com o Super Nintendo já consolidado: O Super Game Boy. Este acessório nada mais era do que um adaptador que possibilitava jogar cartuchos de Game Boy em um Super Nintendo/Super Famicom, porém com algumas vantagens. Enquanto jogar no Game Boy original permitia visualizar o game com uma paleta de 4 tons de cinza (ou verde), no Super Game Boy podia ser atribuído uma cor a cada um destes quatro tons de cinza, permitindo jogar em cores. Alguns cartuchos possuíam, inclusive, informação adicional para ser lida no Super Game Boy, como som melhorado (em relação ao Game Boy original), mais cores, opção para dois jogadores e até mesmo janelas extras - Os jogos de Game Boy, por possuírem uma resolução de tela menor que o Super Nintendo, funcionavam em uma janela quando no Super Game Boy. O acessório era compatível com com a câmera do Game Boy e com os cartuchos pretos de Game Boy Color, assim como o Game Boy comum. 
Janela clássica

O Super Game Boy pode ser considerado como retrocompatível ao se considerar que o Game Boy foi lançado em 1989 e o Super Nintendo foi lançado em 1991. Mas e quanto aos jogos de Nintendinho funcionarem no SNES? Oficialmente, isso não é possível. Segundo consta, a Nintendo chegou a cogitar fazer o Super Nintendo retrocompatível com o Nintendinho, assim como a SEGA fez o Mega Drive/Gênesis retrocompatível com o Master System, porém essa possibilidade encareceria demais o produto final e este alto valor seria repassado ao consumidor.

O Super Game Boy possuía um pequeno Delay em relação a um jogo funcionando no portátil e, para corrigir isso, foi lançado em 1998 o Super Game Boy 2, apenas no Japão. O Super Game Boy 2 possui as mesmas funcionalidades do Super Game Boy original, com redução no Delay, e com a adição ao cabo link, para ligá-lo a outro Game Boy ou Super Game Boy 2.

Em 2003, foi lançado o Game Boy Player, para Game Cube, acessório ligado à parte inferior do console tornando possível jogar Game Boy, Game Boy Color e Game Boy Advance no Game Cube - e com gráficos e coloração levemente melhorados.


Game Cube e Game Boy Player

Existem alguns acessórios Não-Oficiais que tornam possível a retrocompatibilidade que a Nintendo não criou:

Tri-Star (Tristar): Torna possível jogar Famicom e NES no Super Nintendo. Similar ao que a Matel e a Coleco criaram para seus consoles se tornarem retrocompatíveis com o Atari 2600, este acessório é encaixado no local para cartucho no SNES. O diferencial é que este tem sua própria fonte de alimentação e precisa estar ligado a um cartucho de SNES para funcionar. A vantagem é que utiliza o próprio controle do SNES. Sabe o Sega 32X? Mesmo funcionamento...

Super 8: Modelo concorrente ao Tri-Star, com as mesmas especificações.

Tri-Star 64: Torna possíel jogar NES, Famicom, SNES e Super Famicom no Nintendo 64. Funciona como o Tri-Star.

WideBoy: Funciona como o Super Game Boy 2, é um adaptador para N64, porém reconhece cartuchos de Game Boy, Game Boy Color e Game Boy Advance.

RetroVision: Funciona como o Super Game Boy, acredito que foi criado como uma variação deste, adapta cartuchos de Game Boy para o Nintendinho. Assim como o Super Game Boy, também é compatível com a câmera.










quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Retrocompatibilidade parte 2

Depois de quase um ano parado, o retorno das atividades do Blog. (E sem ter cumprido minha meta.)

Na outra ocasião em que falei sobre retrocompatibilidade me referi ao adaptador que permitia jogar cartuchos do Master System no Mega Drive/Genesis, ambos consoles da Sega e por isso me afastei da proposta do blog: relatar a época de ouro do NES (Nintendinho), em específico o Dynavision, e relatar minhas lembranças desta época. Então, como o caminho já foi feito, hoje falo de uma forma geral sobre retrocompatibilidade e como a Nintendo tirou proveito disso.

Imagem divulgada pela Nintendo do menu do Wii U
Falar em Retrocompatibilidade hoje em dia é basicamente falar sobre o Nintendo Wii U, console da geração atual (que não está se dando tão bem) que é retrocompatível com seu antecessor, o Wii. Dizer que um console é retrocompatível implica dizer que este console aceita jogos, controles e outros acessórios de um console anterior. No caso do Wii U, os DVDs, wiimotes, nunchuks e "penduricalhos" como wii zapper, classic controller, balance fit... todos compatíveis com o Wii U por meio de um canal na tela de menu. Na minha humilde opinião, o Wii U não é propriamente retrocompatível, embora na prática o seja. Este console não possui somente um leitor Bluray que também lê os DVDs do console anterior, mas ele possui o sistema operacional inteiro do Wii instalado e operando nele, como se fosse um PC com HD particionado em que ora roda Linux, ora roda Windows, o Wii U ora roda o sistema Wii, ora roda sistema próprio. Tão independentes são os sistemas que é possível desbloquear o modo Wii e instalar homebrews e manter o modo Wii U normal para acessar o péssimo sistema online da Nintendo - que no Brasil não opera a loja e a conexão dos jogos é instável demais. Outra prova de que os sistemas são independentes é de que não é possível jogar os games do Wii com o GamePad do Wii U... mas essa limitação já havia sido demonstrada antes...
Wii U rodando modo Wii

GameCube no Wii
Os nintendistas já conheciam a retrocompatibilidade da Nintendo quando do lançamento do próprio Nintendo Wii. Nos primeiros modelos do Wii havia total retrocompatibilidade com o GameCube, console antecessor do Wii. Havia no Wii quatro entradas para controles de GameCube, bem como duas entradas para memorycards. Os jogos eram rodados da maneira tradicional do Wii: colocava-se o DVD, acessava-se o canal de jogos e se iniciava o jogo. Basta plugar os acessórios e iniciar o jogo! Retrocompatibilidade pura, não por meio de uma variação no sistema do console. No entanto, há duas limitações: a primeira é de que se deve utilizar controle de GameCube (ou genéricos) para jogar os games do console anterior. A segunda limitação é de que somente é possível salvar os jogos com o memory card do GameCube, não podendo utilizar a memória interna do Wii. Assim como no Wii U existem jogos compatíveis com os controles do Wii, no Wii existem jogos compatíveis com os controllers do GameCube. A partir de 2011, os modelos RVL-101 do Wii, assim como o Wii Mini deixaram de ser retrocompatíveis.

(A Sony também sempre respeitou os seus fãs e teve opções de retrocompatibilidade. O Playstation 2, por exemplo, era compatível com jogos de PS1, além de seus controles e memor cards, assim como o sucessor PS3, em seu primeiro modelo, era retrocompatível com PS1 e PS2 em termos de jogos e controles mediante a utilização de um adaptador USB. Os modelos Slim e SuperSlim do PS3 bem como o PS4 abandonaram a retrocompatibilidade em prol da redução do custo de fabricação e do preço ao consumidor.)

Intelevision rodando Pac-Man no Syper Changer
A ideia por trás da retrocompatibilidade em consoles não foi criação da Nintendo ou da Sony, tampouco a Microsoft que costuma ser a primeira a abandonar o console da geração anterior. A retrocompatibilidade surgiu no seio da Atari, em 1982. Não no console da Atari da época, o Atari 5200, atacado por ser uma versão maior, mais cara, mais pesada e mais cara, mas com pouco avanço gráfico e sonoro em relação ao anterior e, principalmente por não ser retrocompatível com o clássico e lendário Atari 2600. A retrocompatibilidade surgiu no seio dos dois rivais da Atari na época: o Intelevision II e o ColecoVision.

Expansion Module #1 do ColecoVision
Praticamente simultâneas, as duas empresas  que mantinham os consoles concorrentes lançaram módulos de expansão (para usar o nome do ColecoVision) que permitiam plugar o controle e os cartuchos do Atari 2600 em seus consoles. Ambos o System Changer da Matel - empresa responsável pelo Intelevision - e o Expansion Module #1 da Coleco - do ColecoVision - eram praticamente um console acoplado e não um adaptador propriamente dito. Estes "add-ons" utilizavam a conexão com o console original para ter acesso à energia elétrica e para transimitir o sinal de imagem, enquanto os cartuchos e controles eram plugados diretamente no acessório.

Obviamente, isso seria algo impensável hoje em dia. Seria algo como se a Sony lançasse uma expansão para PS3 que leria jogos do GameCube... Como a Atari não pôde fazer nada judicialmente com as duas empresas, a resposta foi o lançamento do seu próprio console retrocompatível com o Atari 2600, em 1986 , o Atari 7800, lançado para rivalizar com o NES e o Master System, mas buscando a credibilidade do clássico Atari 2600.

Na caixa: "jogue todos os jogos do Atari 2600"

A entrada na Nintendo no meio da Retrocompatibilidade ainda demorou mais 8 anos, somente em 1994 foi lançado o primeiro acessório retrocompatível da Nintendo...